Mercado dos desidratados

O Engenheiro Agrícola Pedro Luis Santos Meloni, mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa - MG, diretor da

O Engenheiro Agrícola Pedro Luis Santos Meloni, mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa - MG, diretor da Meloni Consultoria Ltda. é referência em desidratação de alimentos, atuando a mais de dez anos no seguimento.

E&R: Como está o mercado interno de frutas desidratadas no Brasil?

Meloni: Apesar de um pouco lento, o mercado de frutas desidratadas está em crescimento no país. A maioria das atividades nesse ramo são exercidas pelos pequenos empresários.

E&R: E a exportação? Os números do mercado externo são relevantes para nossa economia?

Meloni: Não disponho de números oficiais, mas os volumes ainda são pequenos, justamente porque a produção ainda é pequena. É preciso aumentar a produção, melhorar os padrões de qualidade, saber exatamente o que o consumidor estrangeiro quer consumir e como efetivamente realizar uma exportação.

E&R: O maquinário usado na produção é de fácil acesso? E os preços desses equipamentos?

Meloni: Os equipamentos são de fácil acesso e de baixo custo. Temos equipamentos destinados a pequenas produções artesanais e também para escala industrial.

E&R: Quais os lançamento no mercado e os benefícios que trazem para a produção?

Meloni: Estamos sempre estudando meios de redução nos custos de produção, uma vez que a secagem é uma operação cara. Sendo assim, desenvolvemos sistemas híbridos para aquecimento do ar – por meio do aproveitamento da energia solar e também de biogás – esperando com isso uma redução no consumo de gás GLP e também contribuindo com o meio ambiente.

E&R: Como a tecnologia aplicada a esse setor vem avançando?

Meloni: É um avanço lento, mas é possível notar um grande interesse de universidades em pesquisar e melhorar os processos produtivos.

E&R: Você vê nas frutas desidratadas um mercado promissor?

Meloni: Sim, pois hoje além de serem consumidas naturalmente, são utilizadas como ingredientes na formulação de outros alimentos. Nos cotidiano tumultuado dos grandes centros urbanos, muitas pessoas não consomem frutas in natura  por falta de tempo para comprar ou, até mesmo, tempo para consumi-las. Já pensou em ficar preso no trânsito e poder consumir uma manga ou um abacaxi ou, ainda, uma jaca sem ter que se lambuzar todo? Pois é, se for desidratada você pode fazer isso com a mesma simplicidade de se consumir uma bala!

E&R: O que é necessário para o dono de uma pequena fábrica de frutas desidratadas crescer?

Meloni: É preciso produzir com qualidade, ter acesso à matéria-prima com custos compatíveis, investir em marketing e administrar com responsabilidade sua empresa.

E&R: É financeiramente vantajoso investir tempo e capital em uma fábrica nesse setor?

Meloni: Sim, mas é preciso elaborar um bom projeto e seguir um planejamento. Simplesmente se aventurar em produzir sem conhecer toda a cadeia produtivanão leva o empreendedor a lugar nenhum.

E&R: A população brasileira tem o hábito de consumo de frutas secas?

Meloni: Tem aumentado a medida que a oferta dos produtos também aumenta. Hoje é possível encontrar: banana passa, abacaxi, mamão, manga, maçã, jaca, caqui, tomate e muitos outros – todos desidratados.

E&R: Como é o dia-a-dia de uma fábrica de desidratados?

Meloni: A produção é simples e gera bastante emprego uma vez que as operações são muito dependentes de mão-de-obra.

E&R: Quais os riscos para um empresário do ramo?

Meloni: Todo negócio tem um risco, mas o principal ponto que definirá o sucesso da atividade é um projeto muito bem elaborado, que resulte num produto de boa qualidade e que contemple não só aspecto da produção, mas também da comercialização.