A atividade que mais ocupa o nosso dia é o trabalho. Algumas pesquisas mostram que passamos mais de 60% do tempo ligados direta ou indiretamente às nossas atividades, muitas vezes indo até além disso. Alguns especialistas dizem que nunca realmente paramos de trabalhar, já que a teconologia móvel e a internet permitem que fiquemos online 24 horas por dia.
Não podemos negar que todos nós queremos ser bem sucedidos na carreira que escolhemos. Sendo assim, o Portal Emprego e Renda convidou para uma entrevista Tom coelho, educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. Confiram:
1. Como escolher um curso que, de fato, pode vir a contribuir positivamente para a carreira?
O melhor caminho para acertar na escolha do curso é trabalhar previamente instrumentos de autoconhecimento. Não me refiro a testes vocacionais, mas sim a mecanismos estruturados para avaliação de personalidade, capazes de identificar, com base no perfil do respondente, suas maiores aptidões, talentos e pontos fortes, a partir de seus padrões de comportamento e preferência. Dois exemplos são a Teoria DISC e o MBTI (Myers-Briggs Type Indicator).
Estes instrumentos são tão fundamentais para sinalizar as carreiras com maior potencial de êxito, quer deveriam ser aplicados a todos os estudantes de ensino médio, ajudando-os a restringir suas opções antes mesmo de um concurso vestibular. Isso não garantiria o sucesso pleno, mas reduziria enormemente os riscos de fracasso.
2. MBA ou mestrado? O que eles representam na carreira profissional?
Teoricamente, mestrado e doutorado são mais indicados àqueles que pretendam atuar no mundo acadêmico ou científico. Isso se deve ao fato de ainda existir uma grande distância entre a academia e o mundo empresarial. Uma alternativa é o mestrado profissional, cuja abordagem é um pouco mais pragmática.
Já o MBA e os cursos de especialização, em geral, são essenciais para credenciar o candidato no jogo do mundo corporativo. Ter um título não significa necessariamente maior competência e qualificação, mesmo porque grande parte dos alunos participa destes cursos com intuito maior de obter o certificado, sem grande empenho e envolvimento durante as aulas. Porém, não ter a titulação pode inferiorizar ou desmerecer um candidato na busca por uma vaga ou ao pleitear uma promoção.
3. Como conciliar trabalho com estudo? Essa rotina pode saturar a vida pessoal?
Desenvolvi em 2003 um conceito que chamo de Sete Vidas, segundo o qual a base para o sucesso e a felicidade está em buscar o equilíbrio dinâmico entre as dimensões física, afetiva, profissional, cultural, social, material e espiritual. Assim, o trabalho é apenas uma destas faces que deve estar em sintonia não apenas com o estudo, mas também com a saúde física e mental, os relacionamentos interpessoais, a vida social, o equilíbrio financeiro e a espiritualidade.
Conscientizar-se e desde sempre perseguir este equilíbrio é imprescindível, pois o maior conflito dos profissionais atualmente está na falta de harmonia entre a vida profissional e as demandas pessoais. Isso ficou demonstrado, por exemplo, em pesquisa realizada em 2011 pela GfK Group, com mais de 30 mil pessoas em 29 países, que apontou este aspecto como o mais preponderante para 60% dos respondentes brasileiros.
4. Fazer um curso aliado à rotina de trabalho prejudica o rendimento final?
Não prejudica, se houver boa administração do tempo para conciliar as atividades. Do contrário, corre-se o risco de o conteúdo do curso não ser apreendido e o cansaço decorrente do tempo investido comprometer a produtividade no trabalho.
5. Quais são os cursos mais procurados para melhorar o currículo?
Depende da atividade profissional. Isso pode variar de cursos de caráter técnico (negociação, gestão do tempo, oratória) a comportamental (liderança, trabalho em equipe, resiliência).