A semelhança entre a disputa pelo topo do ranking no tênis e a concorrência no mundo empresarial

O tênis ainda não é um esporte muito difundido no Brasil, apesar de seu alcance ter crescido significativamente nos últimos tempos. Talentos como

O tênis ainda não é um esporte muito difundido no Brasil, apesar de seu alcance ter crescido significativamente nos últimos tempos. Talentos como Maria Esther Bueno, na década de 60, e, mais recentemente, Guga (Gustavo Kuerten) foram fontes de inspiração para muitos jovens que, a cada dia, se identificam mais com a modalidade. No entanto, embora goste muito, não é sobre o esporte em si que quero falar.

Me chama a atenção como é feito o ranking da ATP(Associação de Tênis Profissional). É curioso como os critérios de ranqueamento se assemelham ao mundo das empresas. Primeiramente, vamos explicar melhor como funciona esse ranking.

Os tenistas ganham pontos de acordo com seu desempenho nos torneios, que se dividem em Challengers, ATP 250, ATP 500, Masters 1000 e Grand Slams em ordem crescente de importância. No entanto, o ranking de pontos leva em consideração o desempenho do tenista no ano anterior.

Por exemplo, o campeão de um Grand Slam, teoricamente, ganharia 2000 pontos no ranking. Mas, utilizando os critérios do ranking, seria preciso analisar o desempenho do campeão no ano anterior. Se o tenista tivesse sido bicampeão, ou seja, se ele tivesse ganhado o mesmo torneio no ano anterior, ele não acrescentaria sequer um ponto. Nesse caso, dizemos que o tenista está defendendo os pontos. Caso ele ficasse no meio do torneio, além de não ganhar, ele perderia pontos.

Exemplificando melhor: no ano de 2011, o tenista Djokovic ganhou o Australian Open, famoso Grand Slam que abre a temporada do tênis. No ano de 2012, Djoko, como é conhecido, novamente levantou o troféu do torneio, após uma partida épica com Rafael Nadal de quase 6 horas de duração. Apesar do seu esforço, ele não conquistou um ponto sequer no ranking. Obviamente que ele ganhou muito dinheiro, moral, impediu que o adversário somasse pontos no ranking. Mas, caso tivesse perdido a final e ficado com o vice-campeonato, Djoko perderia pontos, mesmo com um desempenho excelente (é muito difícil chegar à final de um torneio desse porte).

Escutamos muito os tenistas falando que o mais difícil não é chegar ao topo, mas, sim, mantê-lo. Estamos falando de crescimento relativo. O que já é muito bom tende a crescer menos, por não ter muito para onde crescer. O importante, nesse caso, é manter o nível alto. É nesse ponto que quero chegar.

Empresas que lideram um segmento de mercado, com certeza, despenderam muitos esforços para chegarem lá. Ao consolidarem o destaque, elas serão mais visadas pelas concorrentes, seus métodos poderão ser copiados, suas estratégias poderão ser descobertas. Estarão sempre sofrendo ataques. O maior desafio dos gestores consiste em manter sua empresa na “crista da onda”. Para isso, é preciso ficar atento aos avanços tecnológicos e buscar sempre melhorar os processos e/ou produtos da organização.

Alguns princípios fundamentais devem ser seguidos nessa empreitada. A valorização dos profissionais da empresa deve ser sempre cultuada, de forma que a motivação dos colaboradores esteja sempre em alta. A busca pela inovação deve ser constante, no sentido de aprimorar a funcionalidade da companhia, além de outras medidas importantes.

De acordo com Hélvio Tadeu Cury Prazeres, professor do Curso “Como Administrar Pequenas Empresas”, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, as empresas que se acomodarem muito com a posse da liderança de mercado estarão fadadas a perderem marketshare(cobertura de mercado). Dessa forma, faz-se necessária a busca contínua e incessante por otimizações. Por mais bem sucedida que seja uma empresa, sempre há o que melhorar.

No mundo do tênis, a competitividade só aumenta e os tenistas estão mais resistentes, mais qualificados, mais mentalmente preparados. A busca pelo topo está mais acirrada e a manutenção da liderança, difícil. No mundo empresarial, não é diferente. A competição tem crescido em quantidade e qualidade. Assumir a liderança do mercado já é muito difícil, mantê-la, então, é uma missão que requer muito talento dos gestores.

Faça todos os esforços possíveis para que sua empresa se mantenha por muito tempo como a número um.

Escrito por: Victor Monteiro Lopes

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Victor Monteiro 05-09-2012 Matérias

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