Administração no turismo rural

Aprenda a administrar seu negócio de turismo rural com excelência.

O turismo rural tem crescido muito com a crescente demanda de novas formas de se buscar lazer, novos espaços, novas atividades e outras formas de se divertir e passar o tempo! O professor Fábio Morais Hosken do Curso CPT de Agroturismo — Um Novo Conceito de Negócio, diz que: ''O turismo é um complemento da atividade rural. É preciso manter as tradições do trabalho do campo. Certamente para o cliente, esta é a principal atração do negócio, constituindo-se a base sobre a qual o turismo pode se consolidar''.

Conhecendo o Perfil do Seu Visitante

A exemplo de negócios turísticos em áreas urbanas, o direcionamento que os negócios turísticos devem ter em áreas rurais está intimamente relacionado com o perfil do visitante que a propriedade rural recebe.

Dessa forma, é de suma importância conhecer algumas de suas características, como origem, idade, profissão, preferências, forma de viagem (veículo próprio,
ônibus…), se viaja em grupos, em família, sozinho, maneira como tomou conhecimento do “produto”, dentre outros. Se um formulário de pesquisa for de difícil aplicação, uma aproximação do empresário com seu visitante, uma boa conversa, podem trazer-lhe informações de grande valia para dar o norteamento que o negócio precisa.

O conhecimento de outras informações, provenientes de controles, como a permanência do visitante, gasto médio diário individual também concorrem para a gestão estratégica do negócio de forma eficaz. Já é sabido que a maior parte do público que procura equipamentos e serviços de turismo no espaço rural concentra-se em zonas urbanas geograficamente próximas ao lugar de residência e em estados limítrofes.

A demanda maior, seja por hospedagem, simples visitação, restaurante, entretenimento e lazer, etc. é a que provém de grandes cidades situadas num raio de 100 a 150 km de distância do produto turístico do meio rural. No Espírito Santo, isto é comprovado por pesquisas, onde o maior polo emissor para a região do Agroturismo é a região metropolitana da Grande Vitória, com um fluxo que varia de aproximadamente 40 a 79,3%, dependendo da proximidade da cidade à capital.

Controlando a Sua Operação
A gestão de empreendimentos turísticos em áreas rurais assume um caráter único, na medida que exige do seu gestor uma certa polivalência na implantação de medidas de controle operacional em atividades que, embora não guardem semelhança (agropecuária x turismo), podem se interagir e se complementar, trazendo sustentabilidade econômica para o negócio. Com esse norteamento, é preciso que o empresário conheça com uma certa precisão os resultados obtidos com as diversas atividades exploradas em sua propriedade, sob pena de estar cobrindo prejuízos de uma atividade com lucros de outra, sem o saber.

Assim, registros de grandezas físicas e econômicas, tais como: quantidade, receitas e custos de cada cultivo agrícola, de cada tipo de criação de animais, fluxo de pessoas, receitas e custos das atividades turísticas (restaurante, hospedagem, entretenimento e lazer) devem ser feitos de forma independente.

Cada atividade econômica desenvolvida na propriedade deve ser entendida como um centro gerador de custos e receitas que deve apropriar todos os custos que lhes são afetos, assim como beneficiar-se das suas receitas. É importante observar que os custos gerados em função de várias atividades, como energia elétrica, pessoal etc. devem ser rateados, conforme critérios pré-estabelecidos. Assim procedendo o empresário terá de fato em suas mãos o caminhar do negócio.

A Gestão Administrativa e Financeira
O sucesso da gestão operacional passa necessariamente pela gestão administrativa financeira, que, por sua vez, está relacionada aos controles administrativos e financeiros das operações da empresa.

Controles como Fluxo de Caixa, Movimento Bancário, Contas a Pagar, Contas a Receber, Receitas Diversas, Controle de Estoques, dentre outros, fazem parte desse universo que assume um papel fundamental na medida em que a empresa precisa cumprir compromissos assumidos, prover a empresa de insumos, material de consumo, programar atividades de rotina, executar melhorias etc. Diversos modelos de controle podem ser encontrados e hoje com os recursos de gestão cada vez mais informatizados, boa parte dessas atividades tornou-se mais ágil. Cursos de Administração Rural, Qualidade Total Rural e Turismo no Meio Rural, do Sebrae, podem mostrar esses recursos.

A Determinação de Preços Justos, Equivalentes aos Serviços Oferecidos
O preço é um indicador de todos os elementos que compõem o negócio turístico, designando uma troca pecuniária para compensar os serviços prestados. Para tanto, é necessário que o empreendedor tenha uma exata noção da composição do custo dos produtos e serviços oferecidos ao visitante, possível de conseguir através de uma boa gestão operacional, administrativa e financeira.

Além disso, não podemos nos esquecer do mercado, afinal é ele quem define o preço final do produto ou serviço. Compare, portanto, o preço que determinou para os produtos/serviços, com aqueles praticados no mercado em negócios semelhantes ao seu. Precisamos ter sempre em mente que turismo é serviço, portanto, é um “produto” intangível, difícil de ser mensurado, difícil de se atribuir valor.

Por outro lado, o empreendedor precisa estar atento para o fato de que há um componente emocional muito grande no serviço/produto que está sendo disponibilizado ao mercado. Ele está lidando com momentos importantes da vida do seu cliente: o momento do lazer, da busca da satisfação da curiosidade, do extravasamento das tensões, da tentativa de atendimento de necessidades e expectativas por vezes bastante esperadas.

É preciso que, nesse momento, o seu cliente sinta que está comprando a satisfação da sua necessidade, por um preço justo. Ele precisa ser convencido disto. Para isso, a qualidade do serviço é fundamental.

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Por Eduardo Silva Ribeiro.