Como Administrar as Finanças Pessoais

Humberto Veiga, doutor em economia pela UNB, dará dicas de sucesso para o bom planejamento do seu dinheiro. Veiga iniciou sua carreira no mercado

Humberto Veiga, doutor em economia pela UNB, dará dicas de sucesso para o bom planejamento do seu dinheiro. Veiga iniciou sua carreira no mercado financeiro em 1989, foi trainee, gerente de produtos, gerente de marketing e gerente regional do segmento pessoa física de um banco privado e trabalhou, também, no Banco Central.

 

Como administrar o salário de maneira estratégica?

Qualquer coisa que você queira maximizar no âmbito das finanças pessoais depende da prévia elaboração de um orçamento. Sem ele, é como se você estivesse indo para algum lugar sem saber de onde está partindo. Com base no orçamento, você é capaz de ver qual a sua situação atual em termos de receitas e despesas. O ideal seria elaborar uma planilha de controle de gastos(*), contendo o orçamento familiar ou pessoal. Baixe uma planilha para fazer o seu orçamento. Com base nesse orçamento, você poderá avaliar o percentual de alocação de seus recursos em cada uma das atividades e decidir o que realmente interessa para você. Quais são os seus objetivos e, a partir deles minimizar despesas inadequadas que esteja atualmente realizando.

Qual a importância de se fazer um planejamento das finanças pessoais? O que deve ser levado em conta?

O ponto fundamental para o planejamento de finanças pessoais é algo que a esmagadora maioria ainda não pensou na vida: “onde quero chegar?”. Quando você responde esta pergunta, está com 90% do caminho percorrido. O restante é manter o foco. Assim, para fazer o seu planejamento, pense onde quer chegar, veja o seu orçamento e certifique-se se está ou não priorizando as atividades e despesas que levem você na direção planejada.

Caso haja excedente, quais as dicas de investimento para esse dinheiro?

Não gosto de ser consultor financeiro “repentista”. A alocação do dinheiro depende de várias características pessoais, incluindo tolerância a risco, objetivos e prazos estipulados. Os planejadores financeiros acabam caindo na tentação de fazer prescrições genéricas (eu inclusive), embora não acredite atualmente ser este o melhor caminho.

No caso de uma família, quais recomendações para conter as despesas? Quais devem ser as prioridades?

Depende do tipo de família. Se estivermos tratando de uma família ditatorial, as prioridades dependem de quem esteja no comando. Será esta pessoa quem irá decidir o que cortar. Na família democrática, haverá primeiro, uma grande discussão da situação financeira geral, e a explicitação de que o dinheiro é um bem escasso e, por isso, impõe o estabelecimento de prioridades. Nessa situação, o resultado do que será cortado virá de uma eleição das atividades que menos conduzem a família a um futuro melhor para cada um dos seus membros. Finalmente, temos a família “bottom-up” na qual os que dependem controlam a vida dos que proveem. Esta situação é a mais maléfica quando os primeiros não têm noção de onde vem o dinheiro, muito menos de como está a situação financeira do grupo.

Diante de um acúmulo de dívidas, quais as soluções para quitá-las?

As soluções são:

a) procurar enquadrar o orçamento imediatamente, abrindo mão de despesas que não sejam vitais.

b) reestruturar as dívidas existentes, substituindo operações mais caras por outras de menor custo financeiro.

c) elaborar um cronograma para a liquidação de todas as dívidas. Este é um tratamento de choque para organizar as finanças que estão fora de controle.

 

(*)Planilha Controle de Gastos: orçamento familiar ou pessoal(Link para a página: http://www.betoveiga.com/log/index.php/2012/02/planilha-controle-gastos-orcamento-familia

Emprego e Renda 17-07-2012 Entrevistas

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