Tanto grandes empresas com escritórios ao redor do mundo quanto pequenas empresas que atendem a grandes corporações precisam ter líderes preparados para trabalhar frente a realidades diversas
Os líderes de organizações globais precisam estar preparados para compreender a diversidade de culturas a que são expostos e, além disso, trabalhar no sentido de mesclar as variadas culturas locais à cultura da empresa onde atuam. Este é o desafio em um ambiente corporativo pós-globalização. Para vencê-lo, esses profissionais precisam ser treinados adequadamente.
Durante o Congresso da ASTD, em Dallas (EUA) o maior do mundo em treinamento , esse foi um dos temas mais presentes nas três palestras magnas e nas 220 palestras interativas que aconteceram durante o evento. Alfredo Castro, sócio-diretor da MOT empresa especializada em Treinamento e Desenvolvimento Gerencial esteve no evento, onde ministrou palestra sobre o tema, e acredita que é fundamental repensar a diversidade para ter sucesso na tarefa de liderar organizações globais.
Segundo ele, a economia globalizada, especialmente na última década, vem provocando dois movimentos. O primeiro é a criação de mega-organizações, muito amplas e dispersas geograficamente, atuando em vários países e com funcionários de múltiplas nacionalidades. Isto gera a necessidade da criação de novos modelos e formatos de treinamento global, incorporando temáticas sobre como gerenciar pessoas que possuem costumes e culturas diferentes da sua, além de reflexões sobre como gerenciar pessoas à distância, já que às vezes parceiros de trabalho nunca vão se conhecer pessoalmente, pondera.
O outro movimento que Castro ressalta é o surgimento de muitas empresas de estrutura pequena, mas que prestam serviços para mega-organizações. Apesar de serem empresas locais, elas precisam também treinar seus gestores nestes aspectos globais, afirma.
Nas pequenas e grandes corporações, treinar líderes para que saibam como se posicionar, gerenciar pessoas e situações dentro das exigências desse novo contexto é fundamental. Para o especialista, uma característica que os líderes de organizações globais sejam elas grandes ou pequenas devem cultivar é a capacidade para entender a cultura e mesclar a cultura local de cada liderado com a cultura da empresa. A cultura pode ser entendida como um conjunto de símbolos, mitos e ritos. Quando um líder vai trabalhar no exterior, ou possui liderados em outro país, deve entender aspectos diferentes das culturas. E não apenas isto. Precisamos ir mais além e repensar a diversidade, acredita Castro.
Outro ponto que deve ser levando em consideração por líderes de organizações globais é a mudança social que a convivência de diversas gerações de trabalhadores nas empresas promoveu. Isto tudo cria um caldo cultural novo, que não existia antes no mundo do trabalho, potencializado com a ilusão de que estamos WWW (wherever, whoever, whatever), ou seja, de que a tecnologia reduz limites e tempo de resposta. Ele exemplifica esta situação falando de empresas globais que atuam em diversos continentes e que, por causa dos fusos horários, nunca param de trabalhar. Sempre tem alguém que está no meio de seu expediente de trabalho e pensa, sem perceber que isto afeta o outro, que todos podem responder WWW a qualquer momento, de qualquer parte e sobre qualquer assunto.
O consultor recomenda o uso de técnicas de storytelling para aumentar a capacidade de um gestor em manejar as diferenças no local de trabalho. É uma forma eficiente de envolver a todos, diz.
O consultor recomenda o uso de técnicas de storytelling para aumentar a capacidade de um gestor em manejar as diferenças no local de trabalho. É uma forma eficiente de envolver a todos, diz. O Storytelling no ambiente corporativo é uma das mais citadas tendências de gestão para os próximos anos. Ele mesmo vem realizando projetos com estes princípios para empresas globais, com sucesso e bons resultados.
Fonte: Em Pauta Comunicação