Uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), em junho de 2014, com 33 dos principais dirigentes das organizações filiadas, revela que 82% dos entrevistados têm a percepção de que o governo não está investindo em gestão para criar um ambiente que resgate a produtividade e a competitividade das empresas e do País como um todo. O estudo contou com 20 organizações de grande porte, 10 de médio e 3 de pequeno, sendo 41% do primeiro setor, 37% do segundo setor e 22% do terceiro setor.
Dos entrevistados, 64% consideram a estrutura do sistema de gestão de suas empresas como gerenciada e otimizada, com indicadores consistentes, metas e planos baseados em dados; processos integrados e alinhados; além de contar com o engajamento de todos na melhoria contínua e no refinamento do processo. No entanto, 30% consideram sua empresa organizada e bem estruturada, contando apenas com os processos principais definidos, procedimentos padronizados e início do uso de indicadores. Por fim, 6% analisam a estrutura como informal, com ausência do conceito sistêmico de processo.
Quando questionados sobre o que mais dificulta a produtividade e a competitividade da sua organização, as principais queixas foram: elevada carga tributária, burocracia governamental e altos encargos trabalhistas. Além disso, a maioria dos respondentes (79%) acredita que não há um alinhamento entre os esforços de gestão do setor público e privado, vendo as iniciativas do setor privado como mais evidentes.
Do total dos entrevistados, 82% afirmam que os líderes das suas organizações reconhecem o que precisa ser feito para alcançar a maturidade na gestão. Para isso, essas organizações contam com um investimento específico para aprimoramento da gestão: 20 empresas com uma média de até 3% de investimento, 5 entre 3% e 5% e outras 5 acima de 5%, finalizando com três não respondentes.
O levantamento mostra ainda que, na opinião dos respondentes, os Critérios do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) que trazem mais dificuldades são, na ordem de prioridade, Sociedade, Informações e Conhecimento e Processos. Para o superintendente-geral da FNQ, Jairo Martins, os resultados da pesquisa mostram que a evidente baixa produtividade das organizações e a perda de competitividade do País estão diretamente relacionadas com os elevados Custos Sistêmicos do Brasil. Este, adicionado ao Custo Corrupção, têm afastado o Brasil dos mercados globais, que estão ávidos a investir.
É preciso o alinhamento dos Setores Público, Privado e da Sociedade, de forma sistêmica, olhando a Cadeia de Valor Brasil como um todo, para que tomemos definitivamente a trilha do desenvolvimento econômico duradouro e sustentável, reforçou. Segundo Jairo, está claro que a adoção de medidas pontuais, em setores escolhidos, e não sistêmicas, tem sido responsável pelo desmantelamento da economia brasileira. É imprescindível que o próximo Presidente da República e os próximos governadores compreendam este momento, separem o político do operacional, cerquem-se de profissionais competentes e isentos, estabeleçam e executem planos estratégicos e táticos para a inserção definitiva do Brasil no mercado global, no qual a eficácia, a eficiência e a excelência da gestão são as contrapartidas, finalizou o superintendente.
Criada em 1991, a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) é uma instituição sem fins lucrativos que incentiva as empresas a buscar a excelência da gestão e reúne as melhores práticas de organizações brasileiras, independente do porte ou setor. Ao disseminar o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) e promover a capacitação de profissionais, a FNQ auxilia as empresas na implantação de um programa permanente de excelência da gestão, que gera resultados concretos para toda a organização. Desta maneira, contribui com o aperfeiçoamento do negócio e, consequentemente, o aumento da competitividade das empresas. Como reconhecimento a essa busca pela excelência, a FNQ promove o Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ), que identifica e premia anualmente as melhores práticas de gestão das organizações brasileiras.
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Por Beatriz Bueno
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