A dívida é definida como uma obrigação que uma pessoa assume de pagar certo valor combinado a uma segunda, ou a uma instituição, em decorrência de um empréstimo tomado. Ao liquidar uma dívida, você está pagando duas coisas: a amortização, referente ao capital que foi tomado emprestado, e os custos do dinheiro os quais são compostos de juros, correção monetária, taxas administrativas, impostos, seguro contra inadimplência, dentre outros.
Como hoje o dinheiro é raro e caro, face ao baixo poder aquisitivo da população, estes custos podem atingir valores além da nossa capacidade de pagar. Neste cenário, contrair dívidas desnecessárias e sem o devido lastro é um péssimo negócio. Psicologicamente, pode desestruturar e comprometer as relações afetivas na família, como um todo.
Este é um assunto muito importante e requer o envolvimento de toda a família para que, compreendendo a real situação das finanças, todos queiram participar dos esforços de reestruturar a vida financeira, com maior comprometimento.
O problema é difícil e exige uma abordagem adequada.
Assim, é preciso:
a)criar um ambiente propício, reservando hora, tempo e lugar para falar sobre o assunto;
b)reconhecer o problema e dimensioná-lo, adequadamente, examinando-o sob os mais diversos ângulos;
c)colocar-se diante do problema, de forma clara e objetiva, isto é, como você o vê e como se sente;
d)focalizar o problema sem fugir do assunto e concentrar-se em um aspecto de cada vez. Não trazer para a discussão assuntos alheios à pauta;
e)ouvir o (a) parceiro (a) e os filhos que estiverem reunidos;
f)definir as mudanças que se deseja fazer, de modo que possam ser postas em prática;
g)marcar e reservar tempo para o acompanhamento contínuo;
h)explicitar as formas de participação do grupo e de como fazer os possíveis ajustes.
É compreensível que os pais queiram poupar os filhos, pensando em lhes demonstrar segurança econômica. Porém, quando a situação se encaminha para a insolvência, possivelmente os filhos já haviam percebido. Nesse caso, o melhor é encarar a situação com honestidade e conversar com todos na medida da compreensão destes e transformar o momento em uma oportunidade educativa e enriquecedora. Mais tarde, quando se tornarem adultos, reconhecerão e agradecerão aos pais pela lição aprendida.
Se a família já se conscientizou dos malefícios causados pelas dívidas e decidiu evitar situações que conduzam ao endividamento crônico, vai começar, daqui por diante, a reavaliar as prioridades da família e manter o orçamento equilibrado e sob controle. Passará também, a rever as metas de curto, médio e longo prazo como, também, a analisar os mecanismos e os passos que estão sendo tomados para concretizá-las: poupar, quitar as dívidas, rever os padrões de consumo, começar a trabalhar, arranjar um trabalho novo, aperfeiçoar-se, profissionalmente, estudar para concurso, dentre outros.
Se a família está inadimplente, existem algumas alternativas para resolver o problema:
- Tenha em mãos: seu orçamento atual, os gastos (asplanilhas feitas) dos últimos seis meses, a projeção para os próximos seis meses e a relação dos ativos e passivos. A lista de valores da família também ajuda a definir uma direção.
Analise os gastos, os valores, os compromissos da família face aos valores e prioridades e as informações que você reuniu (ou a família lhe ajudou a reunir) para descobrir onde estão os furos ou ralos por onde escorre seu dinheiro.