Avestruz - Um investimento que cresce

A criação de avestruz no Brasil se encontra hoje em um cenário de transição. O país está saindo da fase de estruturação do plantel e inicial a

A criação de avestruz no Brasil se encontra hoje em um cenário de transição. O país está saindo da fase de estruturação do plantel e inicial a comercialização dos produtos.

O avestruz é uma ave originária da África e apesar dessa qualificação possui uma deliciosa carne vermelha de sabor semelhante ao do filé mignon. Porém, embora a semelhança com a carne bovina, “sua grande vantagem está nos baixos índices de gordura e caloria, mantendo todas as suas características nutricionais”, nos explica Adair Ribeiro Junior, presidente da ACAB (Associação de Criadores de Avestruzes no Brasil).

A estrutiocultura é uma atividade relativamente nova – de acordo com Ribeiro, no Brasil, os abates tiveram início em 2002 – mas vem se popularizando no cenário mundial devido ao alto valor agregado, sendo sucesso em diversos países como África do Sul, Canadá, Estados Unidos, Austrália, Espanha, Itália e França. “O rebanho mundial explorado zootecnicamente já se aproxima de quatro milhões de aves”, segundo o presidente da ACAB. O mercado brasileiro cresce rapidamente e é possível que ainda esse ano, o país alcance um plantel de 500 mil aves, número que nos coloca entre os maiores produtores mundiais. “Nosso país já se mostra, por meio da experiência de seus criadores, que a estrutiocultura é uma ótima opção econômica, pois o Brasil oferece boas características – clima, alimentos, mão-de-obra e infra-estrutura pecuária de fácil adaptação”, continua.

Na criação de avestruz é comum os pequenos produtores procurarem por serviços terceirizados, como, por exemplo, levar os ovos para serem incubados em grandes fazendas criadoras. “Esse tipo de prestação de serviço facilita a vida do pequeno criador”, nos explica Márcia B. Guadanucci, proprietária da Fazenda Santa Marta. Além da incubação dos ovos, serviços como hospedagem de reprodutores também são comuns. “Esse serviço é valido para quem não tem condições de cuidar da criação por determinado tempo ou para quem tem uma pequena quantidade de aves”, completa Guadanucci.

Uma fêmea produz, em média, entre 15 e 18 filhotes por ano e seus ovos podem medir de 15 a 20 cm, pesando entre um e 2 kg – esse número equivale a 25 ovos de galinha. Segundo Ribeiro, uma ave entre 12 e 14 meses, com cerca de 90 kg, tem a possibilidade de gerar até 33 kg de carne limpa, 1,2 m2 de couro, além de um quilo de plumas. “Esses índices avalizam a viabilidade econômica da criação de avestruzes e mostram a inserção da estrutiocultura no agronegócio brasileiro”, continua.

Porém, apesar de todas essas vantagens não é correto pensar que a criação de avestruz é coisa simples e que o lucro vem em curto espaço de tempo. Ao contrário, apesar da alta rentabilidade, é preciso muito cuidado e tecnologia desde a postura dos ovos até o abate.

Devido a todos esses cuidados necessários para a criação, a tendência do segmento é se organizar em associações e cooperativas. Um exemplo disso é a ACAB (Associação dos Criadores de Avestruz no Brasil). O órgão foi criado em 1996 e hoje é, de acordo com o presidente, o porta-voz da estrutiocultura nacional, com mais de 300 associados em todo o país. “As associações regionais e estaduais fazem parte do nosso quadro de associados. A Associação representa 85% do plantel nacional e vem trabalhando em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Secretarias da Agricultura e Meio Ambiente”, e, além disso, a ACAB participa ativamente junto aos órgãos do governo para que a criação de avestruz continue prosperando no Brasil.