Educação infantil - formação pessoal e social

A criança de um a dois anos de idade tem um mundo relativamente pequeno, mas muito conhecido, o que a torna segura. Portanto, não estranhe que,

A criança de um a dois anos de idade tem um mundo relativamente pequeno, mas muito conhecido, o que a torna segura. Portanto, não estranhe que, quando levada a um contexto não conhecido, a criança apresente reações como choro e intranquilidade.

A construção da identidade da criança é relativa ao conhecimento dela em relação a ela mesma e ao mundo. Promover a aprendizagem e o desenvolvimento da criança na primeira infância significa ajudar no processo de descobrimento da auto-imagem.

 A linguagem

Lidar com crianças é um processo contínuo. A linguagem verbal, o instrumento básico da comunicação, deve ser usada de maneira correta, que estimule os pequenos. Nós nos comunicamos por meio de olhares, seja de carinho ou reprovação, por meio de ações, tapas ou abraços, e com silêncios e palavras.

É preciso saber se comunicar com as crianças, pois uma má comunicação pode provocar o desrespeito, os conflitos e brigas e o sentimento de baixo valor pessoal. Veja algumas sugestões de como usufruir de uma boa comunicação.

  • Use estímulos orais.
  • Obtenha a atenção da criança antes de falar.
  • Faça pedidos com firmeza.
  • Faça pedidos simples.
  • Diga sempre ‘por favor’, ‘com licença’ e ‘obrigado’.
  • Não ameace.
  • Não envie mensagens contraditórias às crianças.

A boa comunicação ajuda a criança a desenvolver confiança, autovalorização e bons sentimentos com os outros. Isso ajuda os pequenos a crescerem com bons sentimentos em relação a eles próprios e aos outros também.

 


Indo para a escola

Nem todas as crianças aceitam, e se adaptam, com facilidade o momento de ir para a escola. Essa insegurança é natural pelo fato de estarem penetrando em um contexto desconhecido, o que pode causar insegurança. Algumas dicas podem ser de grande valia para esse momento.

  • Apesar da criança poder apresentar insegurança e irritabilidade, não é indicado compensar a ausência dos pais com excesso de proteção, pois isso pode deixá-la ainda mais ansiosa.
  • No período de adaptação na escola ou creche, tenha cuidado para que não haja outras mudanças bruscas na vida da criança. Exemplo, mudança de residência, retirada de chupeta ou fralda, troca de mobília ou perda de alguém próximo.

O choro no momento de se despedir dos pais é natural, mas, nem sempre, significa que a criança não queira ficar na escola.

  • É responsabilidade da mãe entregar a criança ao educador, colocando-a no chão e incentivando a permanência dela na escola. Não é recomendável que o educador tire a criança do colo da mãe.
  • A criança deve ser sempre incentivada a procurar o educador quando for necessário, pois isso irá criar um laço afetivo entre eles.

 

 


O educador

O educador é o profissional responsável por cuidar e educar as crianças. Ele desempenha um papel fundamental no desenvolvimento infantil, portanto deve ser um profissional capacitado e que tenha amor pela profissão.

O educador é o intérprete entre a criança e o mundo que a cerca. Estimulador, mediador e facilitador no processo de aprendizagem.

Um bom educador compreende questões como as seguintes.

  • Cada criança apresenta sua individualidade.
  • Com o passar dos anos, os aspectos do desenvolvimento da criança se tornam mais complexos.
  • Um indivíduo pode se desenvolver mais rapidamente do que outros em determinados aspectos.
  • Sempre que um indivíduo desenvolve uma habilidade tende a praticá-la de maneira exagerada.
  • A criança aprende mais quando é permitido que ela faça suas próprias descobertas, cometa seus próprios enganos e tome suas próprias decisões de acordo com seu nível de desenvolvimento.
  • A família é o grupo social mais importante na formação de atitudes, satisfação de necessidades básicas e formação de personalidade.

 

 


Lidando com a birra

A birra é uma artimanha que a criança descobre por volta dos dois anos de idade. Ao se deparar com alguma situação que não gosta ou para conseguir algo que deseja, ela usa desse artifício. Encontrando espaço, depois de duas, três, quatro vezes ela continua agindo dessa maneira sempre que espera ver suas vontades realizadas.

Uma criança que foi acostumada a ganhar tudo por meio de birras ou dos mimos aprende que não precisa fazer muito esforço para ganhar as coisas. Essas crianças podem apresentar dificuldades para se adaptar a atividades que exijam esforço e flexibilidade para alcançar o objetivo.

Como se comportar frente a um comportamento de birra:

  • Mantenha sempre a calma e avalie o que gerou a cena.
  • Dê uma explicação para a criança. Mostre a ela que nem sempre seus desejos poderão ser realizados.
  • Mantenha-se firme na posição de não ceder.
  • Se possível, afaste da criança as pessoas que ela pode ter como platéia.

 

 


Impondo limites

Uma criança precisa aprender desde cedo que vive em uma sociedade e não pode fazer tudo o que deseja, além disso, precisa encontrar no adulto uma referência, um porto seguro. Os pais e educadores devem estabelecer regras que respeitem a eles mesmos e as crianças.

Não existe uma regra básica, receitas prontas no tratamento da educação da criança, mas o educador e os pais precisam conhecer os instrumentos para refletirem sobre o que é melhor para os pequenos.
  • Mostre para a criança que existem outras pessoas além dela e que todas devem ser respeitadas.
  • Mostre também que muitas coisas podem ser feitas, mas outras não podem.
  • Ensine a elas a tolerar as frustrações, pois isso é fundamental para o crescimento e para agüentar as dificuldades na vida adulta.
  • A criança precisa a aprender a desenvolver a capacidade de adiar a satisfação, pois nem sempre é possível ter o que se deseja no momento esperado.
  • Aprenda a discernir o que é necessidade da criança e o que é capricho.

 

 


Desenvolvendo o lúdico

A criança precisa brincar. A brincadeira não é simplesmente distração e divertimento. Para Vygotsky*, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo. Essas aquisições, no futuro, irão se tornar seu nível básico de ação real e moralidade.

Brincando, a criança descobre sobre si mesma e sobre o mundo que a cerca. A brincadeira é o desenvolvimento da função simbólica, pois a criança trata a ação ou o objeto como um significante.

Crianças que brincam muito têm maior possibilidade de se tornarem adultos ajustados e preparados para a vida, pois aprenderam brincando como encarar uma infinidade de situações, como medo, alegria, dor, ansiedade.

  • Jogo: uma atividade de grupo que ensina a criança a se relacionar com o outro. Como é uma atividade livre, a criança tem um ambiente adequado para criar, explorar extravasar suas emoções.
*Lev Semionovitch Vygotsky: psicólogo bielo-russo, principal fundador da escola soviética de psicologia, corrente que deu origem ao sociocontrutivismo. Foi pioneiro no estudo de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais. Vygotsky defende que o que nos torna humanos é a capacidade de utilizarmos instrumentos simbólicos para complementar nossa atividade, que tem base biológica.

 

 

 

Emprego e Renda 08-03-2012 Cursos

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