Fusão Empresarial

Sempre que o assunto fusões empresariais entra em pauta, o primeiro pensamento que surge na cabeça dos colaboradores é: “será que meu emprego está em

Sempre que o assunto fusões empresariais entra em pauta, o primeiro pensamento que surge na cabeça dos colaboradores é: “será que meu emprego está em risco?”. É por isso que, quando os gestores de uma empresa avaliam realizar uma fusão com outra empresa, este tema  tem que ser tratado com muito sigilo e ética, uma vez que seu maior bem, independentemente de sua área de atuação, é a sua equipe de colaboradores. Uma empresa, por mais líder de mercado que seja, sem sua equipe de funcionários, nada mais é do que uma grande construção cheia de máquinas, que para nada servem.

Um poderoso banco, com muitas reservas, nada é sem ter quem opere todo este montante. Até mesmo o tão falado projeto pré-sal é tão importante, pois existem pessoas, hoje, que são capazes de desenvolver tecnologias de perfuração e extração.

Partindo desse princípio, concluímos que o grande foco de atenção durante uma fusão, não é como efetivar o negócio ou como negociar melhor as ações de uma e outra empresa, mas como fazer para não afetar psicologicamente toda a equipe.

Sendo assim, daremos algumas dicas básicas, que podem auxiliar os gestores de RH a tomar as decisões corretas neste momento delicado dentro da empresa (situação que é cada vez mais provável de acontecer, devido ao aquecimento econômico e a acirrada competitividade pelo market share).

Passo a Passo

Assim que uma fusão ocorre, é necessário se atentar primeiramente aos seguintes pontos, que desafiarão a perícia dos gestores de RH:

  • Fusão de culturas: fazer com que os colaboradores absorvam “do dia para a noite” uma nova cultura e esqueçam a cultura com a qual estavam acostumados.
  • Gerir metas e objetivos: cada corporação possui metas e objetivos bem quantificados, que são informados a todos os colaboradores. A empresa, gerada após a fusão, terá novas metas e objetivos que, rapidamente, deverão ser absorvidos e seguidos pelos colaboradores, que devem se esquecer das antigas metas que tinham que cumprir.
  • Gerir expectativas: quando pensamos em nossa vida, fazemos planos para conquistar nossos sonhos. Dentro desses planos, invariavelmente, está incluída a empresa na qual trabalhamos, bem como as expectativas que temos em relação ao que ela irá nos proporcionar, para nos ajudar a atingir nossos objetivos. Quando sentimos insegurança em relação ao nosso emprego, automaticamente, uma sensação de injustiça é gerada, pois toda luta e trabalho realizado da melhor forma possível, terá sido em vão, se o perdermos. Isso significa que uma nova fusão pode colocar em risco todo o planejamento que tínhamos para nossa vida e talvez seja necessário “recomeçar do zero” os nossos planos. Por isso, é importante que os gestores de RH informem sobre a fusão, abordando todos os pontos positivos e oportunidades que ela pode gerar aos colaboradores, como promoções, aumento de salários, ganho de experiência para alavancagem profissional, etc.
  • Gerir competências: a partir do momento em que a fusão já foi concretizada, é preciso analisar qual cargo será ocupado por cada colaborador, visto que grande parte da equipe está duplicada. Vale ressaltar que a decisão de quem ocupará cada um dos cargos é fundamental para o sucesso da fusão.
  • Obter sinergia e engajamento: com todos os cargos ocupados e todas as áreas formatadas, é hora de gerar sinergia, visando ganhar produtividade e reduzir custos operacionais. Não adianta uma equipe ser brilhante profissionalmente, se seus membros não forem capazes de interagir. O corpo de colaboradores de uma empresa funciona como a engrenagem de um relógio suíço. Ou seja, para que tudo flua perfeitamente, cada parte precisa desempenhar a sua tarefa com perfeição, além de estar atenta para a visão de trabalhar junto com a ferramenta responsável pela próxima tarefa. Isso significa que: a única forma de toda a empresa trabalhar com o mesmo foco é fazer com que a equipe seja integrada e entenda as informações da mesma maneira.
  • Demissões: caso seja necessário (e normalmente é) demitir colaboradores, é muito importante fazê-lo com perícia, ética e transparência. Imagine a seguinte situação: Você desempenha com perfeição o seu trabalho dentro da empresa há 10 anos. Nunca fez nada errado. Trabalhou em feriados e fez horas extras. De repente, a empresa se funde com uma concorrente e a nova área de RH te chama e diz que você será demitido. Como você se sentirá? Obviamente, injustiçado e desesperado. Se a gestão de RH não for capaz de conduzir essas demissões da maneira correta e ética, utilizando toda a argumentação que o funcionário demitido precisa escutar, o resultado será uma avalanche de ações trabalhistas e, consequentemente, um gigantesco custo.

Sendo assim, é importante frisar que meu trabalho e minha vida são baseados em relacionamentos e, hoje, esse é um dos maiores desafios que uma organização enfrenta no dia a dia: PESSOAS. É por isso, que se deve dedicar a elas uma atenção especial também dentro do ambiente corporativo. Esse é o motivo pelo qual saliento sempre aos meus clientes que é fundamental entender a “cabeça” da sua equipe e tê-la sempre motivada, equilibrada e, acima de tudo, produtiva.

Guilherme Falchi é sócio e diretor comercial da Hera Brasil, empresa especializada em Gestão de Capital Humano e Projetos Qualidade de Vida.

Emprego e Renda 15-02-2012 Artigos

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