Líder se constrói?

O conceito de líder e, consequentemente, liderança, evoluiu muito desde o século passado. Antes, simplesmente significava quem chefiava, guiava, estava à frente. Hoje, porém, tem assumido significados cada vez mais amplos e sofisticados, denotando, senão um herói, alguém que beira a perfeição.

E essa evolução ocorreu até em consequência das mudanças no conceito de estratégia ou de uma boa administração que foi se sofisticando para atender a um mercado cada vez mais complexo, competitivo e exigente.

Há alguns anos, líderes eram taxados de autocráticos ou participativos (basicamente, por simplicidade ou dada nossa limitada capacidade de distinção). Então, novas percepções nos permitiram classificações como coercitivos, benevolentes. E, pouco tempo depois, como emergentes, situacionais, carismáticos, só para citar alguns poucos tipos de líderes/lideranças.

Considerando este rol de definições para líderes e lideranças, como podemos nos preparar? Que tipos de competências deveremos desenvolver quando as exigências e os desafios são tão dinâmicos e mutáveis?

E aí, surge outro termo que precisou evoluir: competência. Antes, se referia a uma qualidade, uma faculdade/capacidade, e estava associado à competição (à luta, à disputa). Então, competente era aquele apto a competir, apto a enfrentar o desafio, capaz de vencer a disputa.

Hoje, associamos competência com conhecimento, habilidade, atitude e COMO estas interagem capacitando alguém a atingir e superar seus objetivos íntimos ou os objetivos da organização à qual pertence.

Interessante notar que, assim como queremos ser competitivos, as empresas também anseiam (desesperadamente) ser competitivas. Quer dizer, precisam, através de sua estrutura,  combinar também positivamente os conhecimentos, as habilidades e atitudes de modo para serem bem sucedidas.

E considerando o carácter sistêmico de uma organização, cada parte, órgão, divisão e, em última análise, o cargo que ocupamos ou desejamos ocupar, também demandará determinada composição e interação de conhecimento, habilidade e atitudes. Tudo isso para fazer que seu ocupante se consolide no cargo ou, quem sabe, seja promovido.

Voltando à pergunta, como nos tornarmos mais competentes?

O que seria útil saber? Como aumentar minhas chances profissionais?

1) O básico
Você começa por ter um conhecimento muito específico da sua área. Assim, corresponda a esta expectativa. Se for engenheiro de produção, domine sua área, seja eficiente, gere economias e aumente ao máximo a produtividade, diminuindo desperdícios, etc. Você deve ter profundos e inquestionáveis conhecimentos ou domínio da sua área de formação e atuação inicial.

2) Idiomas
Desnecessário comentar.

3) Oratória
Nenhum profissional que se preze pode se dar ao luxo de não falar bem em público. Você tem que ser capaz de se comunicar muito bem com seus subordinados e fazer apresentações eficazes para seus superiores. Um curso de oratória conhecido é caro? Sim, mas compensa!
Nada melhora tanto sua imagem profissional como apresentações consistentes e envolventes.

4) Seja humanista
Seja genuinamente interessado pelas pessoas, procure entende-las, aprenda com todas. Quanto mais você conhecer as pessoas, mais será capaz de perceber padrões de conduta/comportamento. Entenderá mais sobre crenças, valores e cultura; será capaz de “esperar pelo inesperado”, prevenindo-se. Por outro lado, acredite, muitos querem e poderão te ajudar muito.

5) Cuide de suas atitudes
Quando falamos de atitudes, parece algo genérico como: “Seja bom!”. Na verdade, quando procuramos entender o que é atitude, associamos à maneira como procedemos ou manifestamos este propósito. Podemos entender, então, atitude como “ação + intenção”. Acredite: as pessoas percebem sua intenção, seu desejo de jogar tudo para cima. E aí pergunto: você acha que te favorece demonstrar insatisfação?

As três primeiras são mais simples de serem fortalecidas, porém, fundamentais.
 
As duas últimas, bem, vão te exigir mais tempo, muitas vezes lidar com sentimentos e questões há muito esquecidas ou suprimidas, mas que, se bem trabalhadas, te proporcionarão não só crescimento profissional, mas um desenvolvimento pessoal amplo e profundo.

E se você considera que existem outras competências mais importantes, muito provavelmente seja porque já dominou as competências anteriores, em menor ou maior grau.

Walter Tamaki possui graduação em Administração de Empresas com ênfase em Finanças e Produção, mestrado pela FGV e MBA Internacional pelo ONEMBA FGV. Tem vasta experiência em gestão e recuperação de empresas adquirida e profundos conhecimentos em planejamento estratégico, societário e tributário.

 

Victor Monteiro 10-04-2013 Artigos

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