Carnaval x trabalho: o segredo está em fazer o que se gosta

Os profissionais devem trabalhar em áreas e empresas onde seus principais talentos possam ser aproveitados ao máximo, ou seja, fazer o que se gosta.

Há alguns anos, o publicitário Júlio Ribeiro disse, com ironia, que provavelmente as melhores empresas para se trabalhar no mundo eram as grandes escolas de samba, pois sempre havia centenas de  candidatos para desfilar, mesmo que para isso precisassem trabalhar duro e sem qualquer remuneração.

O interessante é que nessa história há um fundo de verdade. Existe muita gente que se mata o ano todo para fazer parte de uma escola de samba.  Durante meses a pessoa vai a todos os ensaios, nunca se atrasa, dedica-se ao máximo, trabalha de madrugada, compete para ser posicionado nas alas mais destacadas, gasta do próprio bolso em fantasias, colabora com os outros departamentos, canta o samba enredo com emoção e não recebe um centavo por todo esse trabalho!

Tudo isso para desfilar por uma hora! Depois, esperam angustiados o resultado da votação; quando a escola perde choram por dias e quando ganha comemoram como se tivessem  acertado na loteria.

Muitas dessas mesmas pessoas não têm a mesma dedicação em seu trabalho  formal.  Fazem para o gasto, chegam atrasadas, não se preocupam se a empresa está indo bem e se irritam quando são cobradas. Quando estamos em um emprego ou profissão que não gostamos, passar o dia é um martírio e quase tudo é motivo para stress e insatisfação.  Isso tem pouco a ver com dinheiro e sim com a falta de aptidão para aquela tarefa ou a falta de percepção da relevância da atividade.

Por que o comportamento muda tanto quando a pessoa está na escola de samba? Porque elas estão realmente motivadas e escolheram estar ali! Fazem esse esforço com enorme boa vontade, sem ninguém mandar, acompanham o desempenho dos colegas, criticam os acomodados e procuram dar exemplos de disposição. Já pensou se sua carreira fosse assim?

Por isso, o ideal seria procurar uma profissão ou emprego em que haja prazer em executar as principais atividades e, principalmente, sentir que, de alguma forma, você faz a diferença. Isso só ocorrerá se você trabalhar em áreas onde seus principais talentos possam ser aproveitados ao máximo. A remuneração, o aprendizado, o reconhecimento e a autorrealização virão como consequência.

Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas há 25 anos e especialista em treinamentos usando como base a Neurociência comportamental.

Cláudio Alfenas 27-02-2014 Artigos

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.