Empreendimento de ouro

A joia fascina os seres humanos! Desde os tempos remotos, os adornos foram criados e reverenciados, seja pela sua beleza, pelo seu valor, por seu

A joia fascina os seres humanos!

Desde os tempos remotos, os adornos foram criados e reverenciados, seja pela sua beleza, pelo seu valor, por seu significado ritual ou pelo poder que simbolizavam. A opulência dos faraós e rainhas já era vista nos braços, colos e nas mãos, simbolizando poder e beleza. Hoje, não poderia ser diferente!

As joias artesanais têm o seu lugar garantido, por mais que surjam novidades no mundo da moda. As tendências podem variar de estação para estação, no entanto, é o seu talento que vai determinar a criação de peças mais atraentes.

O processo de fabricação da joia varia de acordo com o material usado, a qualidade desejada e o tipo de peça. Podemos fabricar uma joia através de fundição, estamparia, usinagem, e mesmo, manualmente, através de um técnico que chamamos de ourives.

A arte de fabricar joias é anterior à escrita e vem sendo aperfeiçoada desde então.

Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM, 2004), o potencial de crescimento da indústria de joias é enorme. Tal indústria aumentou o seu faturamento em pelo menos 40% em 2007, elevando o volume de exportações e expandindo o mercado interno.

A indústria joalheira no Brasil é relativamente nova. Seu crescimento se deu a partir da II Guerra Mundial, com o aparecimento das primeiras empresas que se somaram aos fabricantes de joias artesanais, os ouvires.

É importante ressaltar que a formação profissional é valorizada pelo mercado de trabalho, já que, por um lado, é meio de aquisição de conhecimento, habilidades e de socialização, por outro, proporciona reforço, atualização ou até suplementação da educação básica do ofício. Porém, a competência é construída ao longo da vida profissional, à medida que esses conhecimentos são mobilizados e aplicados na prática, e é também ao longo dessa trajetória de experiência que se desenvolvem as estratégias, competências, regulações e os modos operatórios que não se aprendem na escola.

 

 

 

 

 


Processos de execução

O processo de fazer joias é constituído por estas etapas: fundir, recozer, laminar, cortar, serrar, limar, lixar, fazer fio, soldar e polir, não necessariamente nessa sequência.

Conheça um pouco sobre estes processos:

Fundir

No processo de fundição, o ourives faz “liga”, ou seja, mistura um tipo de metal a outro para possibilitar que o mesmo seja trabalhado, manuseado e possa atender às necessidades de execução.

Existem dois tipos de fundição para a joalheria: o primeiro é uma fundição que atende uma escala maior de produção de peças, geralmente utilizada pelas indústrias e a partir de um protótipo de metal ou de cera. Essa fundição é conhecida pelo setor joalheiro como fundição pelo processo de centrifugação, em que são retiradas várias peças ao mesmo tempo.

O segundo tipo de fundição é utilizado pelos ourives em suas oficinas “fundo de quintal”, em um processo artesanal que funde o metal para que a joia seja trabalhada artesanalmente.

Na etapa de fundição não se trabalha com metais em estado puro, faz-se uma fusão de um metal a outro para compor uma liga e obter mais durezas e resistência.

Recozer

É um processo que está presente em todas as etapas de execução da joia e sempre é retomado para melhorar a qualidade tanto da peça quanto do processo. O choque térmico que ocorre durante o recozimento do metal provoca fraturas das moléculas, tornando o metal maleável e adequado ao processo de laminação.

 

 

 


Laminar

Antes de iniciar esta etapa, deve-se preparar o lingote, retirando os resíduos de bórax com batidas de um martelo em cima do metal. Na laminação, o ourives reduz a espessura do metal em forma de placa ou lâmina, aumentando tanto o comprimento quanto a largura da peça de metal, e também provoca a redução da espessura dos fios quadrados.

O processo de laminar requer muita atenção: é fundamental saber quando parar e verificar as condições da matéria-prima. Na dúvida, deve-se interromper o processo e retornar no desenho, para uma conferência mais detalhada e evitar que o processo seja reiniciado. De acordo com o ourives, “considerando que a peça é em curva, devo deixar mais ou menos 1 cm a mais na medida”.

Cortar

Utiliza-se tesoura ou guilhotina para cortar a chapa de metal. Requer habilidade no manuseio da ferramenta para, por exemplo, cortar dentro ou fora da marca de corte estipulada.

 

 

 

 

 

 


Serrar

Utiliza-se a lâmina de serra adequada ao tipo de tarefa a ser executada, tomando-se cuidado para usar a lâmina na posição correta. Para serrar, o ourives segura o metal e o apoia com uma das mãos na estilheira, e com a outra mão segura a ferramenta “arco de serra”. Com um simples toque dos dedos na lâmina de serra o ourives consegue conferir se a tensão da lâmina de serra no arco de serra está correta.

Limar

Existem vários tipos de limas, cada uma para determinado tipo de serviço.

A limagem é executada manualmente e o ato de limar deve ser no sentido do corte da lima, sendo de baixo para cima e na diagonal. Caso faça o uso inadequado, como movimentar a lima no sentido de vaivém, o ourives provocará desgaste do ferramental, tornando-a sem corte (cega).

Lixar

O ourives realiza o lixamento das peças em várias fases do processo. É um processo de burilamento do metal que, caso não seja executado, pode dificultar o trabalho e a sequência no processo.

São vários os tipos de lixa, com diferentes gramaturas. Cada lixa é utilizada de acordo com o acabamento desejado e na retirada das arestas. Enrola-se a lixa em uma peça de superfície redonda ou achatada, para obter-se apoio. Esse recurso facilita o manuseio e oferece um resultado uniforme. A peça de apoio deve ser de madeira, por ser mais leve e proporcionar menor desgaste físico ao ourives.

 

 


Soldar

Esse processo requer habilidade, sendo fundamental a realização de uma solda correta. Sua finalidade não é cobrir as frestas com uma camada grossa de solda, e sim usar a menor quantidade de solda possível para fazer uma união quase invisível.

O ourives faz sua própria solda. Cada um tem suas especificações, podendo ser mais forte, média ou mais fraca, dentre outras. Isto depende do tipo de matéria-prima que foi utilizada e dos pontos de fusão de cada material.

Polir

Para iniciar o processo, o ourives utiliza lixa de gramatura maior e, na medida em que as arestas diminuem, muda de lixa até que a peça fique lisa. Quando o ourives apressa essa etapa, sem que a peça passe pela lixa manualmente, ele corre risco de dar um acabamento de má qualidade, mesmo utilizando a máquina de polimento.

O processo manual de polir é mais demorado, mas garante que a peça apresente-se mais bem acabada. O ourives retira os defeitos, cuidadosamente, fazendo um pré-polimento com o uso das lixas, antes de levar a peça para a máquina de polir.

Dicas Importantes!!!

  • As marcas de solda, lima ou lixa devem ser removidas totalmente das peças, pois podem desvalorizá-las.
  • Furos ou pequenos piques provenientes de soldas mal feitas também devem ser consertados pelo mesmo motivo.
  • Ao soldar qualquer peça, verifique se não há presença de outra solda muito diferente do material usado pelos ourives, por exemplo, solda de rádio (solda branca). Essa solda provoca séria impureza ao ouro, podendo até haver a perda completa da peça.
  • Numa oficina de ourives há dois tipos de lixo. Temos o lixo bom e o lixo ruim. Deve-se juntar o pó do chão, o pó resultante do polimento, lixas velhas, pois há como recuperar os metais nobres contidos nesse lixo. A apuração desse lixo é feita em laboratório. Mas o lixo que cai na gaveta da mesa de trabalho pode ser recuperado na oficina mesmo.

 

Emprego e Renda 13-03-2012 Cursos

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.