Escola Infantil - Muito mais que brincadeira de criança

Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, 43% da população economicamente ativa nas zonas urbanas é de mulheres. Essa ascensão no mercado de trabalho e a

Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, 43% da população economicamente ativa nas zonas urbanas é de mulheres. Essa ascensão no mercado de trabalho e a crescente preocupação com a importância e a qualidade da educação infantil, fazem com que o mercado de educação para crianças esteja em crescimento. Tanto nos grandes centros urbanos quanto no interior é grande o número de estabelecimentos disponíveis. Somente em São Paulo, segundo a Secretaria Estadual de Educação são 2.310 escolas particulares. Em Belo Horizonte, de acordo com divulgação no site da prefeitura, existem cerca de 260 estabelecimentos particulares autorizados pelo município.

Apesar de a concorrência ser grande, o mercado está em alta e a cada dia mais especializado, mas o interessado nesse ramo deve estar atento a legalização para a abertura de um estabelecimento de ensino. É preciso seguir a risca as regras estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Lei 9394/96) – que determina a fixação de uma proposta pedagógica fundamentada, visando uma criança cidadã. O espaço físico deve ser projetado de acordo com esta proposta e deve possibilitar também a expressão física, artística e de lazer.

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Para a coordenadora pedagógica do Ensino Infantil do Colégio Anglo de Viçosa, Emiliane S.R. de Andrade, é de fundamental importância estar de acordo com os padrões impostos pela LDB, pois “o essencial de uma escola é saber o que é educar. Estar interessado na formação da criança, no caráter dela como cidadã e, principalmente, ter profissionais qualificados”, ressalta. A especialista em educação infantil e diretora do Centro de Treinamento e Creche Escola A Ciranda, Luciana Fiel, defende o mesmo ponto de vista e afirma que antes tudo é preciso estar preocupado com a educação da criança. “O mercado de escola infantil é um mercado muito promissor, pois, além de a todo o momento surgirem pesquisas que demonstram a importância dos primeiros anos na vida de uma pessoa, existe o processo de urbanização. Os pais precisam trabalhar e não tê m com quem deixar os filhos, sendo assim, procuram uma escola. Mas é preciso que o profissional tenha consciência de que ele está lidando com a formação de cidadãos e, por isso, precisa de um projeto pedagógico muito bem estruturado.”

“Eu acredito que seja essencial essa formação continuada do profissional de Educação Infantil porque, por se tratar de uma ramo mais específico, os cursos superiores não nos habilitam o suficiente.” Luciana Fiel (Centro de Treinamento Creche Escola A Ciranda).

Outro aspecto importante, segundo Emiliane, é saber mesclar a modernidade tecnológica sem perder a noção da importância do brincar. “Eu fico preocupada com a criança que não tem hora e lugar para brincar. Elas fazem natação, inglês e diversas outras atividades. Existem muitas crianças que só brincam na escola, o que é muito pouco, pois elas precisam de atividades livres. Alguns pais colocam os filhos na escola somente para que eles possam brincar.”

De acordo com diversos estudos já publicados é no ato de brincar que a criança se apropria da realidade e passa a lhe dar significado, vindo daí a grande importância da atividade. Brincar não é simplesmente uma “perda de tempo”. “Quando a criança brinca, ela vai se deparando com novas situações o que favorece o seu aprendizado”, explica ainda Emiliane. Sendo assim, é relevante que a escola saiba mesclar, por exemplo, o uso do computador, quando usando jogos pedagógicos, sem se esquecer da importância da brincadeira.

Especialização e treinamento – A LDB estabelece a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica, com isso, é necessário que as instituições tenham profissionais especializados. Com o Plano Nacional de Educação (PNE 2001-2010) ficou estabelecido o Programa Nacional de Formação dos Professores da Educação Infantil. O Programa exige que em dez anos todos os dirigentes dessas instituições possuam formação de nível superior e que 70% dos professores tenham formação superior específica.

Já atentos a isso, escolas como o Colégio Anglo (que possui 80 alunos entre 2 e 6 anos) conta com uma equipe de professores especializados. “Além de nossos professores serem capacitados, nós realizamos, quinzenalmente, uma formação continuada aqui na escola. Essa capacitação é muito importante porque, depois de formado, se o profissional não buscar aprimorar-se, ele fica para trás.” Ainda de acordo com a pedagoga, o profissional não deve nunca deixar de se especializar, pois a educação é muito dinâmica e mudou e vem mudando muito e a todo o momento surgem novos estudos sobre o assunto.

A Ciranda é outra escola que também aposta na formação continuada. “Nós estamos sempre participando de programas de capacitação, tanto por meio da Rede Pitágoras – da qual somos afiliadas – quanto pelo nosso Programa de Treinamento A Ciranda”, explica Luciana. Todos os professores da instituição são especializados, sendo os responsáveis pelas crianças de 3 a 6 anos formados ou cursando pedagogia. “Eu acredito que seja essencial essa formação continuada do profissional da Educação Infantil porque, por se tratar de um ramo mais específico, os cursos superiores não nos habilitam o suficiente. Por isso, acredito que seja fundamental a capacitação e treinamento na área”, finaliza a diretora da escola.

Emprego e Renda 23-12-2006 Matérias

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