Como montar e operar uma sorveteria

A origem do sorvete data de épocas muito antigas. Os chineses, há 3000 anos, já faziam uso de uma mistura de neve com suco de frutas – mistura que

A origem do sorvete data de épocas muito antigas. Os chineses, há 3000 anos, já faziam uso de uma mistura de neve com suco de frutas – mistura que mais tarde se transformou na guloseima tal como conhecemos hoje. Essa transformação começou no século XVII com a descoberta das técnicas de congelamento.

No Brasil, os gelados chegaram ao século XIX quando comerciantes começaram a produzir a mistura de gelo com frutas típicas daqui. Porém, a produção industrial só teve início em 1941.

Por volta de 1800, diversos cafés e restaurantes da Europa já serviam sorvete. Em 1851, foi fundada a primeira fábrica em Baltimore e com a introdução dos freezers, alguns anos depois, as sorveterias se espalharam pelo mundo todo.

No Brasil, o consumo de sorvete é ainda muito baixo sendo oito vezes menor do que a Nova Zelândia, o maior consumidor da guloseima. Um dos fatores que faz com que isso aconteça é o fato de que aqui o sorvete é visto apenas como uma sobremesa refrescante para os dias quentes, evitando o seu consumo nos dias frios. É preciso que o produto seja entendido como o que ele realmente é - um alimento rico nutricionalmente que pode ser consumido em todas as estações do ano, como acontece em outros países.

Longe de ser apenas uma guloseima refrescante, sorvete é um alimento de alto valor nutritivo, à base de leite e contendo proteínas, açúcares, gordura, vitaminas A, B1, B2, B6, C, D, K, cálcio, fósforo e outros nutrientes necessários para uma alimentação equilibrada. Apesar de rico não é excessivamente calórico, quando comparados a outros alimentos.

De acordo com especialistas, o ser humano deve consumir entre duas ou três porções do grupo de laticínios por dia. Isso corresponde a duas bolas de sorvete.

Com um mercado latente, a possibilidade de uma sorveteria se tornar um bom negócio é grande. Com um bom planejamento estratégico, boa análise de mercado, produção de um alimento de qualidade e uma campanha correta de marketing esse empreendimento se torna um sucesso.

País

Consumo por L

Rank per capta

Nova Zelândia

26,30

1

Estados Unidos

22,50

2

Canadá

17,80

3

Austrália

17,80

4

Suíça

14,40

5

Suécia

14,20

6

Finlândia

13,90

7

Dinamarca

9,20

8

Itália

8,20

9

França

5,40

10

Argentina

4,80

11

Alemanha

3,80

12

Brasil

3,11

13

 


Instalações


O primeiro passo para o sucesso de uma sorveteria é o local onde ela vai ser instalada. O fato de tomar sorvete é uma decisão tomada, quase sempre, no impulso. Portanto, o local escolhido deve ser de grande movimento e passagem de pedestres. Dê preferência para esquinas e meio de quarteirão. Observe também a concorrência na região.

Depois de definido o local, é preciso definir a planta técnica do ambiente. A área de produção deve ficar separada da área de venda por uma parede, divisória, vidro ou balcão. O ideal é que essa área seja dividida em quatro partes: estoque de matéria-prima, produção, estoque de embalagens e armazenagem do produto acabado. Como é uma empresa do ramo de alimentos é preciso que tudo esteja de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

A área de vendas deve ser um ambiente agradável e atraente para os clientes. O local precisa ser arejado, confortável, limpo e com uma decoração simples, mas com cores alegres. Valorize sempre a comunicação visual, pois ela é mais um atrativo para os clientes. Porém, cuidado: evite sempre os excessos.

Coloque um lavatório sempre à vista dos fregueses para que eles possam lavar as mãos. No caso dos sanitários, devem ser muito bem lavados e limpos e separados por sexo.


Equipamentos e utensílios


Os utensílios usados por uma sorveteria devem ser de materiais que não contaminem e nem sejam atacados pelos alimentos, de preferência, aço inox. Devem ser desmontáveis e não possuir cantos ou bordas que dificultem a limpeza ou acumulem resíduos.

Os equipamentos devem ser de qualidade para promover o batimento e o congelamento adequados de maneira que não prejudique a qualidade sanitária do sorvete.

Alguns utensílios necessários para a área de produção são baldes plásticos de cor branca, pás e colheres de preparo, utensílios para ingredientes, tábuas de atileno, panelas de diversos tamanhos para o preparo de polpas e coberturas.

No quadro abaixo alguns equipamentos para a área de produção.

Balança de até 15 kg

Liquidificador industrial

Pasteurizador de calda

Torre de resfriamento

Produtora de massa

Produtora de sorvete Soft

Produtora de picolé

Freezer horizontal para armazenagem

Geladeira doméstica

 


Fabricação


Antes de começar a fabricação de sorvete é preciso conhecer as normas estipuladas para as boas práticas de fabricação para indústrias de gelados comestíveis estipuladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Para o sorvete ser de qualidade o primeiro passo é adquirir equipamentos de boa qualidade, balanceamento correto da formulação, método de processamento adequado, além, claro, de matérias-primas de qualidade e funcionários conscientes, saudáveis e bem capacitados.

O processo de fabricação deve ser pontuado pelos cuidados com a higiene em todas as etapas e a constante higienização e sanitização geral do ambiente. Isso inclui hábitos pessoais, como lavar as mãos constantemente e de maneira correta e manter sempre a uniformização adequada. Limpeza correta dos utensílios, equipamentos e o ambiente todo.

 

 


Matéria-prima


O sorvete é produzido a partir de uma emulsão estabilizada chamada calda. A calda passa por um processo de batimento e congelamento que gera um produto cremoso. Conheça os ingredientes básicos usados para a preparação de sorvetes.

  • Água: componente líquido da mistura e pode ser adicionada como água pura ou como componente do leite ou de frutas. A água é o componente congelável da mistura, por isso, quanto mais rápido o congelamento menor a percepção das partículas ao paladar, pois os cristais formados serão menores.
  • Açúcares: conferem doçura, realçam o sabor, ajudam na formação da textura e reduzem o ponto de congelamento. Sorvete com menos de 10% de açúcar fica excessivamente duro e com mais de 30% fica excessivamente mole. A sacarose ou o açúcar comum são os mais usados na fabricação do sorvete.
  • Gorduras: as gorduras conferem ao sorvete riqueza, corpo e cremosidade. Aumenta a aeração sem quebra posterior do produto e melhora a resistência. O excesso de gordura torna o produto enjoativo e dificulta a agitação da mistura. O teor médio de gordura deve ser de 6%, podendo variar entre 3% e 8%.
  • Sólidos não gordurosos do leite: esses sólidos são os sólidos totais do leite desnatado, ou seja, sem a gordura. Composto por 37% de proteína, 55% de lactose e 8% de minerais, contendo alto valor nutricional aumentando a palatabilidade do sorvete.
  • Estabilizantes: esses produtos têm a função de inibir a formação de cristais de gelo decorrentes da variação de temperatura, além de prevenir a separação do soro do leite no congelamento e descongelamento. Produzem também suavidade e uniformidade ao produto.
  • Emulsificantes: são os responsáveis pela emulsão entre líquidos que, naturalmente, não se misturam. Facilita também a entrada de ar na calda tornando sua textura mais suave e macia e permitindo uma perfeita homogeneização da massa.
  • Aromatizantes e corantes: proporcionam cor e sabor ao serem adicionados à calda. Os sorvetes de frutas podem ter seu sabor pelo uso da fruta, porém ainda é necessário reforçar o sabor com o aroma, pois a porcentagem de fruta usada para isso é insuficiente.


Comercialização


O sorvete é um produto que pode trazer bons lucros, pois sua fabricação é de baixo custo. O fator determinante para isso é um bom plano de comercialização que deve ser definido antes mesmo do início da produção. Um plano de negócios bem feito é fundamental para essas determinações.

Existem três maneiras de se comercializar o sorvete. Na sorveteria tradicional o atendente serve o sorvete e picolés. Na self-service ou por quilo, o cliente se serve e pesa ao final. E também o sorvete expresso, ou soft italiano, em que a produção ocorre no momento da venda.

Uma combinação acertada de qualidade do produto, local e divulgação são alguns dos itens de sucesso para a sua sorveteria ser um sucesso. Incremente, ofereça o diferencial aos seus clientes e esse poderá ser um negócio de sucesso.

 

 

 

 

 

Emprego e Renda 06-03-2012 Cursos

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Comentários

leandro

23-03-2015

Gostaria de saber se e possível receber este curso pelos correios e efetuar o pagamento na retirada.

Resposta do Emprego e Renda

23-03-2015

Olá, Leandro! Em breve, nossas atendentes entrarão em contato com informações. Agradecemos a visita! Atte. Andréa Oliveira.