O líder do futuro

Precisamos de uma liderança mais estável, se quisermos resultados mais consistentes nas empresas e também na solução de problemas globais.

Uma pesquisa mostrou que o tempo médio de permanência dos CEOs nas companhias é de 2,5 anos. Precisamos de uma liderança mais estável, se quisermos resultados mais consistentes nas empresas e também na solução de problemas globais que possam afetar as gerações futuras. Isso mostra que passamos por um período no qual os gestores sofrem um desgaste muito rápido. E mesmo aqueles mais novos possuem um sucesso efêmero. Eles são incapazes de manter a motivação das pessoas por longo tempo. Com profissionais desanimados, os resultados caem e a liderança é substituída, reiniciando o ciclo.

A verdadeira causa disso é que, com frequência, o líder não é alguém de valor. Em geral, foca somente seus interesses e dos acionistas, e se esquece de pensar no relacionamento de longo prazo com os funcionários e clientes.

A solução passa, portanto, pela formação de líderes de valor. Embora essa ideia seja, principalmente, para gestão empresarial, é importante lembrar que somos todos líderes, pois lideramos nossas vidas. Embora muitas pessoas não aceitem essa missão.

A formação de um líder de valor passa necessariamente por sua capacidade de sustentar suas ações por três pilares: propósitos, crenças e ética.

Em primeiro lugar, ele deve ter um propósito elevado e fazer o que for preciso para cumpri-lo. Portanto, deve ser autêntico, quer seja para resolver de forma inovadora um grande problema, quer seja para desenvolver pessoas para um novo patamar de consciência e levar organizações a alcançar resultados abrangentes no longo prazo. É essa grandiosidade de pensamento que impulsiona empresas que oferecem produtos e serviços de reconhecido valor aos clientes.

Segundo, o líder deve ser capaz de afirmar suas crenças. Não é muito difícil alguém atrair a atenção por meio de seus valores. Por exemplo, justiça é um valor que facilmente agrega pessoas. Entretanto, ela é um direcionador de crenças, que são diferentes. Alguém pode considerar que justiça significa oportunidades iguais para todos. Enquanto outra pessoa pode considerar justo que aqueles que entregam mais, em termos de resultados, mereçam mais oportunidades. Portanto, mesmo valor, mas crenças diferentes. O líder evoluído fala sobre seus valores e suas crenças.

Por último, ele tem de ser ético. O primeiro nível de ética é aquele no qual o indivíduo vê a tudo e a todos como ameaças. Nesse sentido, suas ações são pautadas exclusivamente pela própria sobrevivência, e não importa se isso implica o infortúnio de outras pessoas. O segundo nível é aquele no qual o indivíduo percebe fazer parte de um grupo que sofre as mesmas ameaças que ele. Nesse tipo de pensamento, ainda há o conflito destrutivo com outras pessoas. Somente no nível seguinte é que há a percepção de que todos estão no mesmo barco. Somos um só! Não faz sentido, portanto, querer a destruição de alguém. É quando há o entendimento de que podemos construir uma relação na qual todos ganham. Um líder deve ser capaz de compreender a profundidade desse nível de ética, desenvolver-se nessa direção e auxiliar os demais a fazer o mesmo.

Muitos ainda se deixam enganar pelo carisma de líderes sem valor. Entretanto, o futuro é reservado para a liderança que possuir sintonia com as pessoas, em termos de propósitos, crenças e ética.

Como mencionei, nós somos líderes de nossa própria existência, portanto, esses elementos valem para todos. Se quisermos deixar um legado valioso para as gerações futuras, devemos assumir a imensa responsabilidade de gerir nossas vidas com a grandiosidade que os problemas atuais requerem. Sempre com a compreensão de que, acima de tudo, somos um só e que, portanto, estamos no mesmo barco! Vamos em frente!

Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching.

Paula Martins 22-10-2013 Artigos

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