Dívidas: saiba como evitá-las e quitá-las

O Brasil se consolida como um dos países que mais cresce no mundo. Com a crise na Europa, a estagnação dos Estados Unidos e o potencial limitado dos

O Brasil se consolida como um dos países que mais cresce no mundo. Com a crise na Europa, a estagnação dos Estados Unidos e o potencial limitado dos outros países da América do Sul, o nosso país tem atraído muito os olhares externos. Eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 certamente trarão mais investimentos ao Brasil, tanto de fontes externas como internas.

Um dos efeitos que isso tem causado é o aumento do crédito ao consumidor. Os bancos e as instituições financeiras em geral têm disponibilizado uma alta margem de crédito para empréstimo, tanto para as pessoas físicas como jurídicas. Isso, de certa forma, é algo interessante para o aquecimento da economia do país. Aumentando o crédito, aumenta-se também a capacidade de consumir, o que satisfaz o mercado, expandem os negócios e criam novos empregos.

No entanto, essa abertura de crédito pode comprometer as finanças dos brasileiros. Lidar com o próprio dinheiro da maneira adequada é algo que exige planejamento. É preciso saber gastar na medida das possibilidades. Caso contrário, serão contraídas as tão temidas dívidas financeiras.

Pesquisas feitas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou que 35% das famílias devedoras no Brasil devem mais do que o dobro da sua renda. Foi constatado também que a média da dívida das pessoas devedoras é de quase 5 mil reais. Além disso, quando questionadas se elas tinham contas atrasadas, 30% das pessoas confirmaram que sim e, dessas, mais de ¼ dizem não ter condição alguma de arcar com as despesas vencidas.

Certamente uma parcela considerável desse problema ocorre devido a falsa sensação de “riqueza” que o crédito cria nas pessoas. Vejamos o seguinte exemplo: suponha que você tenha uma renda de 3.000 reais por mês. Além disso, tenha 500 reais disponíveis no chamado “cheque especial” e mais 1.000 reais de créditos em um ou mais cartões. Ou seja, teoricamente você tem a possibilidade de gastar 4.500 reais por mês. Entretanto, é preciso lembrar que 1/3 desse valor não é de fato seu, e sim um crédito disponibilizado pelo banco, como se fosse um empréstimo.

Outro detalhe que não podemos esquecer são os juros dessas alternativas de crédito. Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Procon-SP, a taxa média de juros do cheque especial é de quase 9% ao mês. Já a taxa de juros do cartão de crédito varia muito, sendo que a média dos juros mais baratos fica em torno de 8%. Supondo que você utilizasse integralmente as duas alternativas de crédito durante um ano, só de juros (somente de juros!) você pagaria em torno de 1.500 reais, o que representa 100% do crédito que você tem disponível no mês, considerando taxas mais brandas. Se levarmos em conta juros mais agressivos, o capital comprometido seria muito maior.

Para ajudarmos você a não fazer parte do time dos devedores, apresentaremos algumas dicas. Temos duas situações:

Primeira situação - Relativo às pessoas que não devem) Nesse caso, você tem simplesmente que continuar tomando cuidado para não extrapolar sua receita mensal. Caso arrisque no consumo de algo mais oneroso, planeje-se com antecedência e evite ofertas de juros altos, que costumam ser vistas naquelas “ofertas imperdíveis” exibidas pelas lojas. Muitas vezes um produto que à vista sairia por 1.000 reais é oferecido, por exemplo, por 12 vezes de 150 reais, o que representaria o absurdo de 80% de juros. Não caia nessas ciladas. Espere e junte um capital para comprar à vista ou busque ofertas a prazo que tenham juros baixos.

Segunda situação - Diz respeito às pessoas que já estão endividadas) Esse caso é mais crítico e o primeiro passo para enfrentá-lo é assumir a responsabilidade de estar devendo. Feito isso, o próximo passo é fazer um planejamento de modo a adotar novos os hábitos de consumo. Segundo Hélvio Tadeu Cury Prazeres , professor do Curso "Administração Financeira na Pequena Empresa", elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas, caso você esteja gastando mais do que pode é porque, de fato, está tendo uma conduta errada, do ponto de vista do consumo.

É necessário fazer um esforço para que isso seja corrigido, no sentido de sanar as suas dívidas. Muitas vezes, isso leva tempo, mas estar em dia com as obrigações e não sofrer com estresses de caráter financeiro já serão grandes avanços na sua vida. Administre suas finanças de maneira estratégica e fique longe das dívidas!

Escrito por: Victor Monteiro Lopes

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Victor Monteiro 12-09-2012 Matérias

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